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sábado, 23 de agosto de 2008

Falta remédio para combate ao fumo

Uma doação às pressas de 1,9 milhão de comprimidos de um antidepressivo feita pelo Ministério da Saúde revela o caos do sistema de distribuição de remédios usados no programa antitabagista do País. O medicamento, comprado para abastecer centros de referência no combate ao fumo, estava estocado nos armazéns do governo sob a justificativa de não haver demanda suficiente. Mas, longe da burocracia brasiliense, nos postos de atendimento, os pacientes tinham o tratamento interrompido, modificado ou adiado justamente pela falta do remédio. São 270 cidades cadastradas para fazer o atendimento.
A doação do medicamento bupropiona (um dos mais conhecidos é o Zyban, da GlaxoSmithKline), acelerada para impedir que o remédio estragasse nas prateleiras, não resolveu o problema de abastecimento. Alguns centros que necessitavam do remédio fizeram pedidos extras, mas não foram atendidos. "Recebi o aviso de que tudo já havia sido distribuído para outros Estados", afirmou a coordenadora do centro do Espírito Santo, Cremilda Maria da Silva. "Segui o cronograma proposto. Mas não adiantou", completou.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Estudo revela que anticioncepcional influencia na escolha do parceiro

Pílula pode perturbar o sentido do olfato inerente nas mulheres, levando-as a escolher um parceiro inadequado geneticamente

Inglaterra - A escolha de parceiro feita por uma mulher pode ser influenciada pela pílula anticoncepcional, sugere uma pesquisa realizada na Grã-Bretanha.

Cientistas da Universidade de Liverpool, no norte da Inglaterra, descobriram que a pílula pode perturbar o sentido do olfato inerente nas mulheres, levando-as a escolher um parceiro inadequado geneticamente.

Os pesquisadores acreditam que as mulheres são naturalmente atraídas por homens que são geneticamente diferentes delas. Em termos de evolução, isto é útil porque garante que os filhos vão herdar uma gama mais ampla de genes e ter sistemas imunológicos mais fortes.

Os resultados mostraram que as mulheres que tomavam o anticoncepcional mudaram sua preferência para homens que eram geneticamente mais similares a elas.

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sábado, 9 de agosto de 2008

Semana Mundial do Aleitamento Materno tem um bom resultado

Terminou nesta quinta-feira, a 17ª Semana Mundial de Aleitamento Materno, SMAM. O evento teve em todo o país a participação efetiva através das secretarias municipais de saúde de cada município brasileiro que ficou responsável por organizar o seu evento.
Em Elói de Souza a campanha complementou as ações que a secretaria de saúde vem implementando no município, que vão desde o acompanhamento das gestantes, passando pelos idosos e crianças que contam inclusive periodicamente como uma campanha de escovação que envolve a todos os alunos das escolas da rede municipal de ensino.


NaTural
"Nada mais natural que amamentar. Nada mais importante que apoiar - Participe e apóie a mulher". Este foi o tema da 17ª edição da Semana Mundial de Aleitamento Materno que teve como um dos objetivos principais foi despertar a consciência pública para a importância da amamentação no desenvolvimento da criança, pois o aleitamento materno é um modo insubstituível de fornecer o alimento ideal para o crescimento e desenvolvimento da criança, visto que tem influência biológica e emocional.
Durante toda a semana foi lembrado também que amamentar logo após o nascimento, na primeira hora, é muito importante tanto para o bebê quanto para a mãe, pois o protegerá contra doenças e ajudará a mulher a ter maior quantidade de leite, além de ser um ato que salva a vida.


Ursaps
A subcoordenadora estadual de Ações de Saúde, Claudia Melo ressalta ainda que o evento mobilizou todas as Unidades Regionais de Saúde (Ursaps) e secretarias municipais, e esta realidade ofereceu a oportunidade de cada município realizar uma programação extensa durante toda a semana, levando a todos a mensagem da importância fundamental da amamentação.
Em Senador Eloi de Souza a campanha veio ao encontro de todas as ações de saúde que a prefeitura já promove constantemente como o atendimento as mais variadas faixas etárias e também as gestantes que contam com apoio durante toda a gravidez, através do pré-natal, e a semana foi uma forma a mais de promover mais informações para estas que em pouco tempo serão mães e poderão colocar em prática a amamentação com uma visão ainda mais ampliada da importância deste ato.

Fonte: Diário de Natal

Ministério da Saúde inicia campanha nacional de vacinação contra a rubéola

Colaboração para a Folha Online

O Ministério da Saúde inicia neste sábado (9) uma campanha de vacinação contra a rubéola em todo o país. A pasta estima que 70 milhões de pessoas sejam imunizadas até o dia 12 de setembro, quando termina a campanha.

Os interessados deverão procurar os postos de saúde fixos e volantes de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, para receber uma dose da vacina.

Segundo o Ministério, no ano passado foram registrados 8.684 casos de rubéola no país. No Estado de São Paulo, o número de infectados foi alto. De acordo com a CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica), no período foram registrados 1.659 casos.

A rubéola é uma doença infecciosa causada por vírus e transmitida pelo ar. Os principais sintomas são manchas no corpo, febre, dores articulares, conjuntivite, coriza e tosse. Quando contraída por gestantes, pode comprometer o desenvolvimento do feto e até causar aborto.

A vacina contra a rubéola não é indicada apenas para pessoas em tratamento de câncer e Aids e mulheres grávidas. As gestantes poderão ser imunizadas somente após o parto, de acordo com o ministério.

domingo, 3 de agosto de 2008

Conheça oito mentiras clássicas sobre saúde

Escrevo sobre medicina e saúde há 45 anos, e com certeza esbarrei em mais mitos e desinformação do que desejaria, variando dos absurdos aos perigosos. E, em dados momentos, eu também me deixei enganar por “fatos” que mais tarde foram negados pela ciência.

Alguns jornalistas e escritores do setor estão enfrentando esses problemas em livros recentes. Os mitos sobre os quais escreverei abaixo devem alguma coisa ao trabalho de Anahad O¿Connor e da Dra. Nancy Snyderman, bem como às minhas pesquisas. Veja se você está bem informado.

Beber oito copos de água ao dia
Acreditei por muito tempo que beber oito copos de água pura ou bebidas sem cafeína ao dia era importante para manter a hidratação do corpo e impedir constipação. Mas as pesquisas não encontraram provas que sustentem essa crença.

O Instituto de Medicina apontou em trabalho recente que as necessidades de líquidos do corpo podem ser atendidas de diversas maneiras, inclusive pelo consumo de café e chá (com ou sem cafeína) ou de frutas e legumes com alto teor de água.

A irritação causada por erva venenosa é contagiosa
A única maneira de contagiar outra pessoa com a irritação por erva venenosa que sua pele sente é se a resina da planta ainda estiver presente em suas mãos ou roupas. A irritação, uma dermatite, pode parecer contagiosa porque muitas vezes se desenvolve seqüencialmente, a depender de onde e quando a pele foi exposta. Coçar a área afetada não espalha a irritação, mas pode prolongá-la e causar infecção.

Loções e cremes comuns não costumam ajudar, e os que contêm anti-histamínicos, como o Benadryl, podem agravar a situação e causar reação alérgica. O melhor tratamento para a irritação é um esteróide, com hidrocortisona em uso tópico ou, em casos mais severos com prednisona por via oral. Use um pano úmido nas bolhas para acelerar a expulsão do líquido.

Limpe os ouvidos com cotonetes
Umbigos, talvez, mas não os ouvidos. Meu filho bem gostaria de ter sabido disso anos atrás, quando o filho dele, então com dois anos, decidiu imitar o pai e rompeu o tímpano com um cotonete. O dano exigiu reparo cirúrgico.

Snyderman aponta que o cotonete pode empurrar a cera para mais fundo no ouvido, gerando impacto e perda de audição.

Não nade depois de comer
Meus pais nos alertavam repetidamente que era preciso esperar uma hora antes de entrar na água, após as refeições. O conselho poderia ter sido útil caso meu plano fosse disputar uma competição, nadar por longa distância ou enfrentar uma corrente forte. Nunca é bom realizar exercícios cansativos de barriga cheia, porque isso pode resultar em cãibras. Mas os especialistas não vêem problema em um mergulho leve ou brincar um pouco na água depois de uma refeição.

Nadar depois de beber álcool pode ser perigoso, no entanto, porque reduz a sensatez.

Raspar pêlos faz com que eles cresçam mais rápido e mais grossos
O mito persiste ainda que um estudo conduzido 80 anos atrás já o tenha negado. Os pêlos raspados do corpo já estão mortos, e o fato de raspá-los não afeta em nada a velocidade de crescimento, que deriva dos folículos capilares vivos que existem por sob a pele. Os pêlos novos podem parecer mais escuros, porque não estiveram expostos ao sol ou a produtos químicos por muito tempo. Também podem parecer mais grossos porque o desgaste não os afetou.

Lavagens intestinais eliminam os venenos do organismo
Essas lavagens não têm qualquer valor médico conhecido e acarretam risco de danos ao reto ou aos intestinos. Os intestinos não são ’sujos’ e, a menos que doenças ou medicamentos venham a interferir com o processo, a natureza trabalha muito bem na condução da limpeza de dejetos. Caso você esteja preocupado com a presença de substâncias impuras em seu corpo, beber muita água ajuda o corpo a se livrar delas mais rápido.

Produtos naturais são mais seguros que os artificiais
Uma mulher me perguntou recentemente se era seguro usar “substitutos de hormônios bio-idênticos”. Temo que ela estivesse se referindo a estrógenos, e não existem provas confiáveis que sustentem a alegação de que eles são mais seguros do que variedades produzidas pelos químicos, as quais estão vinculadas a risco mais elevado de câncer e doenças cardíacas.

Lembre-se de que a natureza produziu algumas das mais perigosas substâncias que conhecemos, como o arsênico e a toxina do botulismo. E os químicos, de sua parte, produziram muitos medicamentos capazes de controlar ou curar muitos males potencialmente letais. Muitos medicamentos importantes são derivados de substâncias naturais que não só têm propriedades semelhantes à dos remédios mas efeitos colaterais igualmente parecidos.

Apenas testes clínicos cuidadosamente controlados permitem garantir a segurança de um medicamento natural ou artificial, e poucas substâncias naturais passaram por eles.

Só use analgésicos se a dor for séria
Na sala de espera de um médico, um dia desses, uma mulher esperou gemendo por 90 minutos antes de enfim pedir à enfermeira um analgésico de venda livre que aliviasse sua dor de cabeça. Embora muita gente veja pílulas como respostas a todos os males, outras pessoas evitam medicamentos a todo custo, para sua desvantagem.

Os analgésicos funcionam melhor se usados ao primeiro sinal de dor, e podem não funcionar de todo caso a pessoa espere demais antes de ingeri-los. Snyderman diz que deveríamos pensar em tomar um analgésico antes de iniciar atividades pesadas como jardinagem ou partir lenha, que costumam causar dores mais tarde. Antes que eu substituísse meus joelhos artríticos por próteses, eu costumava tomar dois analgésicos antes de entrar na quadra para uma partida de tênis.

The New York Times

Fiocruz inaugura centro de virologia de alta segurança

da Folha de S.Paulo, no Rio

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) inaugurou ontem, com presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um novo prédio da instituição em seu campus de Manguinhos (zona norte do Rio), com aparato de alta segurança biológica para o estudo de vírus. O edifício abrigará nove laboratórios e serviços de pesquisa dedicados ao estudo de doenças infecciosas como gripe, rubéola, diarréias virais, hepatite viral, febre maculosa e dengue.

Numa escala que vai de 1 a 4, o novo prédio permitirá aos pesquisadores trabalharem no nível 3 de biossegurança em novos laboratórios. Esses locais com maior nível de segurança, no entanto, ainda estão em fase de implementação.

"Esses laboratórios estavam em prédios mais antigos, inadequados para o trabalho nas condições corretas de biossegurança, especialmente no caso de doenças virais, que exigem maior nível de segurança", afirma Tania Araújo-Jorge, diretora do IOC (Instituto Oswaldo Cruz).

Segundo ela, o novo prédio, com seis centrais de descontaminação (duas por andar), tem filtração completa de ar, total isolamento do ambiente e outras melhorias que permitem aos pesquisadores trabalhar com vírus conhecidos e desconhecidos sem risco de contaminar a equipe ou o ambiente.

"Teremos melhores condições de fazer diagnósticos de novos vírus e investigar surtos de origem desconhecida, por exemplo", diz Araújo-Jorge.

A pesquisadora explica que, nas instalações antigas, às vezes somente duas pessoas podiam ficar no local onde o vírus estava sendo estudado. "Nosso trabalho de pesquisa sobre diarréias virais, hepatite, gripe aviária e outros vírus era muito dificultado", disse. "Podemos, neste novo prédio, trabalhar com equipe maior, o que nos permitirá atuar com muito mais eficiência."

Segundo a Fiocruz, foram investidos no prédio, de 6 mil metros quadrados, R$ 19 milhões pelo governo federal.

Os nove laboratórios que passam a funcionar no local pesquisarão desenvolvimento tecnológico em virologia, vírus intestinais, flavivírus (da família da febre amarela e dengue), hepatites virais, genômica e proteômica de vírus, vírus respiratórios, sarampo, hantaviroses, riquetsioses (tipo de infecção bacteriana) e imunologia.

Além dos laboratórios, funcionarão no local também grupos de pesquisa que prestam consultoria e assessoramento para o Ministério da Saúde em algumas áreas estratégicas, como os serviços de referência nacional para poliomielite, hepatites virais, gripe, rubéola, sarampo, dengue e febre amarela, entre outros.

Na inauguração, Lula fez um gracejo com o presidente da Fiocruz, Paulo Buss, cujo segundo mandato termina neste ano. "Quero lamentar que você vai deixar a Fiocruz. Como nós somos contra qualquer hipótese de terceiro mandato, vamos torcer para que seu sucessor faça mais e melhor que você", declarou. O novo presidente da fundação será definido por eleição e assumirá em dezembro.

Ministério da Saúde inicia dia 6 campanha contra rubéola

Umuarama/ Da Redação
Com agências

Uma megacampanha para vacinar homens e mulheres de 20 a 39 anos contra a rubéola começa no próximo dia 6. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 61,8 milhões de pessoas. Os homens dessa faixa etária são o principal foco da ação porque são eles que respondem pela maior parte dos casos no país. A campanha será realizada de 6 de agosto a 12 de setembro. Mesmo quem foi imunizado na campanha de 2001 será vacinado.
A rubéola é uma doença infecto-contagiosa causada pelo vírus do gênero Rubivírus, que atinge, principalmente, crianças. Entretanto, os casos mais graves da rubéola acontecem durante a gravidez. A síndrome da rubéola congênita acontece geralmente no primeiro trimestre de gestação e pode causar má-formação do feto e o bebê pode nascer com deficiência mental, problemas de visão e de coração.
O contágio é direto, provavelmente das vias respiratórias ou da mãe para o feto através da circulação comum. A vacina é o único método de prevenção, eficiente em quase 100% dos casos. Desde 1992, todos os postos de saúde do país distribuem de forma gratuita a vacina tríplice viral. As crianças devem receber a primeira dose após o primeiro ano de vida e, depois, entre os 4 e 6 anos. Mulheres que não tiveram a doença devem ser vacinadas antes de engravidar.

Na região
A Secretaria de Saúde de Iporã reuniu os Agentes de Saúde para discutir a campanha. Cerca de 50 pessoas participaram da reunião, incluindo enfermeiros municipais, sob a coordenação da enfermeira Eloísa Garcia de Andrade Fante. Os profissionais foram orientados sobre a vacina para que, ao chegarem às residências, convençam a comunidade sobre a importância de receber a imunização.
De acordo com Fante os municípios estão realizando conscientizando os agentes para que a meta estipulada pelo Ministério da Saúde seja atingida. “A Secretaria Municipal de Saúde vai visitar empresas do município onde há grande número de funcionários para facilitar a vacinação”, completou Fante.

sábado, 2 de agosto de 2008

Amigos gordos influenciam no aumento de peso, diz estudo

da BBC

Uma equipe internacional de cientistas afirmou que as pessoas são influenciadas de forma subconsciente pelo peso daqueles que os cercam. Dessa forma, amigos gordos podem levar uma pessoa a engordar também.

O estudo de cientistas da Universidade de Warwick, Dartmouth College e Universidade de Leuven chamou o fenômeno de "obesidade imitativa".

A pesquisa foi apresentada em uma conferência de economia em Cambridge, Massachusetts, nos Estados Unidos e analisou dados relativos a 27 mil pessoas de toda a Europa.

Os cientistas sugerem que as escolhas em relação à aparência são baseadas nas pessoas que cercam o indivíduo. Então, se as pessoas com as quais um indivíduo convive são gordas, seria admissível ser gordo também, segundo os pesquisadores.

Para Andrew Oswald, professor da Universidade de Warwick que participou do estudo, "o crescimento da obesidade precisa ser pensado como um fenômeno sociológico e não um fenômeno psicológico".

"As pessoas são influenciadas por comparações relativas, as regras mudaram e ainda estão mudando", afirma.

Ricos e pobres

Oswald diz também que o "consumo de calorias aumentou, mas ninguém nos disse a razão de as pessoas estarem comendo mais".

"Alguns argumentaram que a obesidade é produto de alimentos mais baratos, mas se gordura é uma resposta ao maior poder de compra, por que observamos, de forma rotineira, que as pessoas ricas são mais magras que as pobres?", questiona o cientista. "Muitas das pesquisas sobre obesidade, que destacaram o estilo de vida sedentário ou a biologia humana ou o fast-food, não prestaram atenção ao ponto mais importante."

Mas, para o médico David Haslam, diretor clínico do Fórum Nacional de Obesidade do Reino Unido, as causas do aumento na obesidade são mais complexas. "É um pouco de atrevimento apontar as influências sociológicas --existe muito mais do que isto."

"Se você está cercado de pessoas, sejam amigos ou na casa de seus familiares, que estão acima do peso, você está dividindo o mesmo ambiente onde há mais chances de haver abundância do tipo errado de alimentos", afirmou.

O estudo das universidades européias também descobriu que cerca de metade das mulheres da Europa que participou da pesquisa se sentem acima do peso. Pouco menos de um terço dos homens pesquisados sentem o mesmo.

Médico critica indicação abusiva de medicamentos para dores nas costas

AMARÍLIS LAGE
JULLIANE SILVEIRA
da Folha de S.Paulo

Para o reumatologista José Goldenberg, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), outro problema no atendimento dos pacientes com dores nas costas é que a avaliação médica tem sido cada vez mais restrita à realização e à interpretação de exames. No caso das lombalgias, afirma, isso é especialmente prejudicial, já que nem sempre há uma correlação entre a imagem e o sintoma.

"É possível existir dor sem alterações no exame e ter uma hérnia de disco sem dor. Mas houve uma substituição do ato médico pela máquina, e a gente vê decisões médicas serem tomadas sem o amadurecimento necessário, com base nas imagens", afirma Goldenberg, autor do livro "Coluna Ponto e Vírgula" (ed. Atheneu, 146 págs., R$ 42,30).

Danilo Verpa/Folha Imagem
Grávida de sete meses, a designer gráfica Viviane de Jesus Silva sente fortes dores nas costas, especialmente na regiao lombar
Grávida de sete meses, a designer gráfica Viviane de Jesus Silva sente fortes dores nas costas, especialmente na regiao lombar

No que se refere ao tratamento, ele critica o que avalia ser uma indicação abusiva de antiinflamatórios e analgésicos e de procedimentos invasivos como a cirurgia de hérnia.

"A recomendação geral é que a operação só seja feita após trabalhar os fatores de risco por um período de 6 a 12 semanas e se houver uma correlação clara entre os exames clínico, neurológico e de imagem", diz.

O uso de antiinflamatórios e analgésicos também deve ser cauteloso. Segundo Osmar Avanzi, professor da Faculdade Santa Casa e membro da Sbot (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), quem tem problemas gástricos, renais ou hepáticos deve evitar esse tipo de medicação.

Excesso de remédios

Mesmo quem está livre desse tipo de problema não pode usar esses remédios de forma abusiva ou por um período de tempo muito prolongado --um estudo canadense baseado em dados do sistema público de saúde de Quebec mostrou que, para cada US$ 1 gasto em antiinflamatórios, mais US$ 0,66 eram desembolsados para combater seus efeitos colaterais.

Ainda assim, segundo dados norte-americanos divulgados no "Spine Journal", de cada 100 pessoas que procuram o sistema básico de saúde por dor nas costas, 80 são medicadas --destas, 69 com antiinflamatórios.

Segundo a publicação, o uso dessa medicação, assim como o de analgésicos, é indicado para o alívio da dor lombar crônica, mas é preciso que os médicos informem os pacientes sobre os riscos e os benefícios.

De acordo com Goldenberg, o indicado é que tanto a avaliação médica como o tratamento incluam os principais fatores de risco relacionados à dor nas costas, como o peso, a postura e até a situação emocional do paciente.

Um exemplo é o efeito do sedentarismo: a musculatura das costas, responsável por manter o tronco ereto, conta com a ajuda dos músculos do abdômen para sustentar o corpo. Quando a barriga está flácida e fraca, a maior parte do trabalho fica com as costas. E o centro de equilíbrio do tronco fica desalinhado, forçando a coluna e os músculos dessa região, explica a fisioterapeuta Gerseli Angeli, do Cemafe (Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte), da Unifesp.

Já a prática de exercícios de alongamento e de fortalecimento do abdômen três vezes por semana leva, num período de dois ou três meses, a uma melhora da condição muscular.

De acordo com o levantamento publicado no "Spine Journal", há evidências moderadas de que exercícios aeróbicos e de alongamento, assim como hidroginástica, são efetivos para reduzir a incapacidade gerada pela dor nas costas.

Segundo a publicação, ainda não há pesquisas que comprovem a relação entre parar de fumar e emagrecer e a melhoria de lombalgias. A indicação, porém, permanece: para os pacientes fumantes, que parem de fumar. Aos com sobrepeso, que emagreçam. (E aos pesquisadores, um "forte encorajamento" para que estudos sobre o tema sejam realizados.)

As mudanças no estilo de vida não garantem uma "imunidade" contra a dor nas costas, mas, associadas a outros fatores, podem ajudar a preveni-la. E, num cenário em que os tratamentos despertam tantas polêmicas e incertezas, parece ainda mais válido o ditado: prevenir é o melhor remédio.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Estudo vê áreas da esquizofrenia no DNA

RAFAEL GARCIA
da Folha de S.Paulo

Dois grupos de cientistas publicam hoje estudos em que apontam regiões do DNA humano relacionadas ao risco para esquizofrenia. A descoberta saiu do maior levantamento genético já feito para investigar a doença. As duas pesquisas juntas envolveram mais de 8.000 pacientes esquizofrênicos comparados a 44 mil pessoas sem o problema psiquiátrico.

Um dos trabalhos, liderado por Pamela Sklar, do Hospital Geral de Massachusetts (EUA), confirmou uma tendência observada em estudos menores, indicando que as mudanças que causam propensão à esquizofrenia tendem a não se agrupar muito em genes específicos, e sim se espalhar em partes grandes do genoma, com genes "repetidos" ou "apagados".

O trabalho de Sklar sai hoje na revista "Nature" ao lado de outro estudo, liderado pela empresa islandesa Decode Genetics. Juntos, os estudos descrevem quatro partes do DNA que, quando "deletados", aumentam o risco para esquizofrenia, uma doença parcialmente genética. Uma delas já era conhecida, mas não confirmada.

Essas mutações são raras, dizem os pesquisadores, e respondem por uma parte pequena dos casos de esquizofrenia, mas os portadores dessas alterações acabam tendo o risco de contrair a doença bastante elevado.

Uma delas aumenta aproximadamente de 1% para 12% o risco de uma pessoa se tornar esquizofrênica. Essas alterações surgem espontaneamente, dizem os pesquisadores, mas em geral não são transmitidas por muitas gerações.

"Essas descobertas são importantes porque elas jogam luz sobre as causas [da doença] e fornecem o primeiro componente de um teste molecular para ajudar o diagnóstico e a intervenção clínica", afirma Kari Stefansson, da Decode.

Hoje a esquizofrenia é diagnosticada por sintomas que incluem alucinações, pensamento confuso e emoções distorcidas. Segundo Camila Guindalini, geneticista da Unifesp que estuda males psiquiátricos, os novos estudos apontam "alvos de interesse" para uma possível descoberta de novos "genes candidatos" a serem estudados. Conhecer com mais precisão os genes implicados na doença pode ajudar na pesquisa de medicamentos mais precisos, afirma a cientista.

"Pílula do exercício" faz cobaia virar maratonista

da Associated Press

Os benefícios do exercício físico já podem ser colocados em uma pílula. Pelo menos em laboratório, e em animais, os resultados positivos já apareceram. Até poderem ser usadas em humanos, porém, as novas drogas terão de enfrentar uma bateria de testes com anos de duração.

Uma das pílulas desenvolvidas pela equipe do pesquisador Ronald Evans, do Instituto Salk, na Califórnia, teve o efeito benéfico sobre os animais que já praticavam exercício físico, em média, 50 minutos por dia.

Os "supercamundongos" que tomaram o medicamento correram 68% mais do que aqueles que continuaram sendo apenas treinados. Ou seja, com o remédio, eles demoraram mais para sentir o cansaço físico. Como essa pílula não surtiu efeito em animais sedentários, porém, os cientistas tentaram interferir em uma outra via bioquímica. E tiveram sucesso.

A outra pílula conseguiu aumentar em 44% o rendimento físico de camundongos que não faziam exercícios anteriormente.

Evans afirma que não está trabalhando para nenhuma empresa farmacêutica. Ele reconhece porém, que a primeira pílula --sonho de consumo de atletas olímpicos-- tem uma estrutura química relativamente simples de ser reproduzida em laboratório.

Também preocupados com o doping, os cientistas desenvolveram um teste que detecta as duas drogas e os seus subprodutos tanto na urina quanto no sangue.

Apesar de atletas sem muito espírito olímpico correrem todos os riscos para conseguirem melhorar seus desempenhos, as duas pílulas terão que passar por detalhados testes antes de poderem ser vendidas com segurança.

Portanto, enquanto a ginástica "virtual" farmacêutica não vira realidade, o melhor é seguir a recomendação médica de praticar exercícios "reais" que já tenham a segurança comprovada.