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domingo, 13 de abril de 2008

Obesidade deixa diabetes fora de controle no país

A última pesquisa "O mapa da saúde do brasileiro", do Ministério da Saúde, mostrou que os brasileiros estão comendo mais. Mas isso não significa que tenham uma alimentação saudável. Tanto que 43% estão acima do peso e 13% são obesos. Resultado: o aumento do número de casos de diabetes do tipo 2, associado à obesidade. Até 2025 serão 380 milhões de diabéticos no mundo. E a situação vai piorar no Brasil, onde 7% da população sofrem da doença. Para cada brasileiro diagnosticado, há outro que ignora ser diabético. Da metade que sabe ter o mal, só metade vai ao médico.

A doença segue num ritmo acelerado. Surge um caso novo a cada cinco segundos no mundo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), só no Brasil são mais de 500 casos novos por dia. Estudo nacional mostrou que 75% dos diabéticos tipo 2 estão acima do peso. E apesar do desenvolvimento de novas drogas e tratamentos cirúrgicos, médicos afirmam que é mais fácil e barato adotar hábitos saudáveis: adotar uma dieta balanceada e praticar atividade física.

Isso porque no diabetes é imprescindível o controle da glicemia, da pressão arterial e do colesterol para não sofrer complicações graves no coração, nos rins e nos olhos. No Brasil a situação é crítica porque a maioria dos pacientes não recebe tratamento. Aqui ainda é alto o número de amputações por causa do diabetes.

Os dados comprovam que a diabetes é negligenciada entre brasileiros. Numa pesquisa em oito cidades com 2.233 pacientes ambulatoriais (60% mulheres), com idade de 59 anos e doentes há nove anos, 70% não estavam com a pressão controlada; 50% não fizeram exame oftalmológico e 60% nunca passaram por exames dos rins ou dos pés, regiões muito afetadas pela doença. Cerca de 80% tinham colesterol ruim (LDL) acima dos limites e 50% viviam sem controle da glicemia.

- O fornecimento de medicamento, principalmente insumos como seringas e aparelhos de monitorização da glicemia com as fitas, é irregular no Brasil. Esperamos que as ações do Ministério da Saúde sejam acompanhadas pelas secretarias estaduais e municipais - diz a endocrinologista Marília de Brito Gomes, presidente da SBD.

Por: Antônio Marinho, O Globo

Um comentário:

stit disse...

Má formação, desinformação ou corporativismo?

Segundo a minha observação, esta porcentagem tão alta se deve ao fato de que muitos médicos (não todos, felizmente) não orientam adequadamente seus pacientes, não os encaminham para os seus colegas especialistas ou não pedem exames específicos. Muitas vezes nem olham direto para o rosto dos pacientes. Limitam-se aos exames básicos e indicação de medicamentos de laboratórios que lhes deem algum tipo de vantagem (dinheiro ou prêmios). Saúde (ou doença) é um negócio muito lucrativo. Se é um convênio, pedir exames significa menos lucro para a empresa e menos vantagens para o médico que pode até perder o emprego. Se é público, os médicos não podem pedir exames ou encaminhar por falta de aparelhos ou verbas, os produtos são superfaturados e os hospitais sempre estão devendo. Com a popularização da internet é comum pacientes pesquisarem e saberem mais sobre suas doenças do que os próprios médicos e é comum a acomodação dos médicos depois que se formam, escondendo-se atrás da arrogância e do corporativismo. No final, empresas e médicos "brincam" com a vida das pessoas que necessitam de tratamento e ainda culpam o paciente... E como reclamar, para quem reclamar? De um lado existe um corporativismo muito forte entre aqueles que se julgam "semi-deuses" e do outro lado o medo das pessoas de denunciar porque sabem que podem necessitar de um médico ou hospital a qualquer instante para si ou para um familiar e encontrar o "monstro" e serem mais maltratadas ainda...
E assim vamos vivendo... ou melhor, morrendo... e a corrupção se fortalecendo em todos os aspectos da nossa sociedade...
Peço a Deus que nos proteja...